segunda-feira, 11 de março de 2013

Crueldade disfarçada em forma de progresso


Muitas pessoas podem não saber, mas muitos dos produtos que usamos são testados em animais. Os bichos que amamos e temos sempre perto de nós em casa são, muitas vezes, usados em experimentos, como testes de comportamento, de medicamentos, cosméticos ou ação de substâncias químicas em geral.
Entre os inúmeros e cruéis testes realizados, estão os testes de irritação dos olhos (para medir a ação nociva de componentes químicos de produtos), testes de comportamento e aprendizado (em que os animais são submetidos a todo tipo de privação) e teste de toxidade alcoólica e tabaco (onde são obrigados a inalar fumaça e álcool para depois serem dissecados a fim de verificar os danos internos).  Na maioria das vezes, sem anestésicos, levando ao processo de vivissecção.
A ignorância e a ganância pelo dinheiro faz com o que o ser humano se esqueça ou até mesmo ignore o fato de que qualquer animal, assim como nós, têm sentimentos como medo, dor, tristeza. Vivissecção nada mais é do que dissecar animais – ainda vivos – para estudo. Até que ponto isso pode ser útil? Afinal de contas, os animais possuem inúmeras características, biologicamente falando, diferentes das nossas.
Basta pesquisar um pouco para saber que esse método já não é mais eficaz e tem causado grande e desnecessário sofrimento.  Albert Sabin (pesquisador médico que desenvolveu a vacina oral para poliomielite) disse que pesquisas em animais prejudicaram o desenvolvimento da vacina contra a pólio. A primeira vacina contra pólio e contra raiva funcionou bem em animais, mas matou as pessoas que receberam a aplicação. Ele reconheceu que o fato de ter realizado pesquisas em macacos Rhesus atrasou em mais de 10 anos a descoberta da vacina para a pólio.  
No final das contas, quando os produtos chegam às prateleiras, as cobaias, de fato, somos nós. O que nos leva a pensar que a vivissecção envolve basicamente interesses financeiros e políticos, e nem tanto científicos como se pensava.
Existem inúmeras descobertas médicas e científicas sem a experimentação em animais, como a descoberta da relação entre o hábito de fumar e o câncer, a descoberta de drogas antidepressivas e antipsicóticas e isolamento do vírus da AIDS. Também existem várias consequências fatais a partir da experimentação em animais; a reprodução do câncer, por exemplo, é mais difícil de ser feita em animais de laboratório, o que levou a se pensar por muito tempo que fumar não provocava câncer; também, a partir desse fato, muitas pessoas morreram expostas ao amianto. A exposição à benzina causa leucemia em humanos, mas a substância não foi retida como produto químico industrial porque testes apoiados pelos fabricantes para reproduzir leucemia em camundongos a partir da exposição à benzina falharam.
Fazer com que isso pare, depende de atitudes nossas. Como não comprar produtos que são testados em animais e demonstrar descontentamento com as atitudes das empresas que fazem isso. Fique atento! Você não iria querer ver seu animal de estimação submetido a tantos maus tratos. Certas marcas que não utilizam dessas técnicas cruéis para produzirem seus produtos costumam vir com um rótulo de “cruelty free”. Qualquer dúvida, entre em contato com a empresa e peça para mandarem uma declaração por escrito de como os produtos são testados.  Porém muitas empresas enviam seus produtos para laboratórios terceirizados para que sejam feitos os testes.
Testes de cosméticos e produtos de limpeza em animais são completamente inúteis. Já existem no mercado alternativas eficientes e eficazes, que substituem esses métodos antiquados. Só que muitas empresas, por total interesse econômico, insistem em não adotá-los.

Fonte: PEA


Tive esse texto publicado como artigo de opinião aqui em um jornal local e achei interessante postar pois muitas de nós usamos e abusamos dos cosméticos sem saber como eles foram testados para chegarem até nós. :/